Livro um da série Namorados Ruins, Inc.
Namorado Ruim, Inc. — Quando você não consegue encontrar um namorado bom, por que não contratar um ruim?
Liam Connelly é um estudante universitário em Sydney. Ele leva uma vida organizada e previsível de estudos, trabalha como garçom em um restaurante sofisticado no porto e passa muito tempo com seu gato, tentando se convencer de que depois de seu último namorado traidor, ele está perfeitamente feliz sozinho. Bem, feliz na maior parte do tempo.
Ambrose Newman é um Namorado Ruim. Profissionalmente. Os pais de alguém não aprovam aquele baixista desempregado de cabelo comprido que ele quer namorar? Bem, é aí que entra Ambrose. Por algumas centenas de dólares por noite, ele vai jantar com esse alguém e seus pais e mostrar que a grama definitivamente não é mais verde do seu lado da cerca. Está morta. Quando Ambrose leva um encontro ao restaurante de Liam, não são as faíscas que voam — são os copos.
Quando Liam precisa de um encontro para provar aos pais de visita que não está destinado a morrer triste e sozinho, ele liga para Ambrose, desesperado. Se Ambrose pode ser um namorado ruim por dinheiro, ele também pode ser tolerável, certo? O que funciona muito bem — até Ambrose ser bom demais e os pais de Liam os convidarem para passar um fim de semana prolongado em sua vinícola.
De repente, Ambrose tem que ser um Namorado Ruim novamente, para dar a Liam uma desculpa para “terminar” com ele antes que sua mãe comece a planejar o casamento. Mas, conforme Liam conhece o verdadeiro Ambrose, sentimentos reais começam a se infiltrar no relacionamento falso, de ambos os lados. Sob o olhar atento da família protetora de Liam, que não tem ideia do que fazer com Ambrose, seu relacionamento falso evolui para possivelmente algo real.
Quando Ambrose tem um desentendimento feio com o noivo da irmã de Liam — que é um namorado ainda pior do que ele — isso pode custar não apenas a chance de convencer a família de Liam de que ele não é o pesadelo que eles pensam que é, mas também seu potencial relacionamento com Liam.
General Release Date: 13th June 2023
A voz era alta e desagradável, em desacordo com a trilha sonora silenciosa do restaurante, com talheres tilintando, jazz suave e conversas sussurradas.
— Realmente aprecio você pagando pelo jantar, Tom. Estou entre oportunidades agora, mas que se dane, não vou aceitar qualquer trabalho e ser um drone corporativo. Melhor fazer uma refeição grátis quando puder, certo?
Foi seguida por uma gargalhada zurrante que fez Liam se encolher e querer arrastar as unhas em um quadro-negro, porque isso seria preferível a ouvir aquele pesadelo buzinante e bufante.
Liam rezou para não ter que servir quem quer que fosse o idiota barulhento, mas a julgar pelo sorrisinho no rosto de sua colega de trabalho Judy, ele teve uma certeza repentina de que a mesa era dele. E claro, quando ele olhou para verificar, lá estava o Homem Zurrante no meio de sua seção — com os cotovelos sobre a mesa, usando um boné de beisebol virado para trás e uma camisa de flanela, enquanto palitava os dentes.
O idiota percebeu o olhar de Liam e estalou os dedos. — Ei, cara, podemos ter uma cesta com pão ou algo assim? E bebida. Muita bebida. O pai dela vai pagar, então traga algo bom. — Ele piscou, então, mostrou armas com os dedos para Liam.
O cara era um completo idiota, Liam decidiu. Ainda assim, parte do trabalho era manter suas opiniões para si mesmo, então Liam caminhou até a mesa com o rosto cuidadosamente impassível. Sua máscara falhou por uma fração de segundo quando ele reconheceu a garota que estava olhando para o Estúpido com algo parecido a adoração. Era Kelly, com quem ele tinha uma aula de Comunicações no Marketing na Universidade de Sydney, e na última vez que Liam falou com ela, ela estava namorando alguém completamente diferente — um legal, embora um pouco desalinhado, guitarrista de uma banda de pub. Ele se perguntou o que havia acontecido com ele.
O outro casal na mesa tinha que ser os pais de Kelly. Eles estavam olhando para o cara com uma expressão um pouco confusa em seus rostos, como se ele fosse um daqueles gatos sem pelos, e não conseguiam decidir se estavam fascinados ou horrorizados com sua existência.
Liam tinha que admitir, Estúpido era objetivamente atraente quando mantinha a boca fechada. Ele poderia ter sido um modelo, com seu físico bem construído, cabelo escuro e barba por fazer cuidadosamente esculpida. Ele tinha um nariz forte e reto, mandíbula impressionante e até dentes brancos. Ele era bem o tipo de Liam — ou teria sido, se Liam namorasse.
Liam pigarreou e fez o possível para fingir que não conhecia ninguém na mesa ao dizer: — Bem-vindos ao Bayside. Gostariam de pedir algumas bebidas?
Estúpido revirou os olhos. — Uau. Acho que você não estava ouvindo, hein? Tipo, eu literalmente acabei de pedir para você nos trazer uma boa bebida.
Liam manteve o rosto agradavelmente neutro — ele tinha muita prática trabalhando como garçom em um restaurante sofisticado de Sydney — e esclareceu: — O quê, especificamente, você gostaria de beber, senhor? — Ele fez questão de se dirigir ao pai de Kelly, já que obviamente era ele quem pagaria a conta.
O homem sorriu agradecido e começou a dizer: — Eu gostaria de um gim-tônica, e minha esposa terá…
Cuzão interrompeu. — Apenas me dê uma garrafa daquela coisa de Don Paragraph — como alguém de uma família de vinicultores, Liam morreu um pouco por dentro com a pronúncia mutilada — e quanto mais rápido, melhor, certo?
— Vou verificar se temos algum Dom Perignon em estoque, senhor. Quantos copos com ele? — Liam perguntou com os dentes cerrados. Deus, ele esperava que eles não estivessem comemorando o noivado de Kelly com esse babaca.
O cara enrugou o nariz. — Apenas um. É para mim. — Ele se virou para Kelly e piscou. — Precisa ficar de olho nas calorias extras das bebidas se quiser ficar em forma, não é mesmo, docinho?
Liam esperou que Kelly arrancasse as bolas do cara — ele torceu que fosse literalmente, mas se contentaria com isso metaforicamente — porque sabia que ela tinha um temperamento infernal quando era insultada. Ele havia passado por isso durante uma tarefa de grupo desastrosa. Mas Kelly apenas sorriu como uma esposa Stepford e murmurou: — Sim, Ambrose.
Liam tinha certeza de que o choque no rosto de seu pai se refletia no dele, mas controlou suas feições e assentiu. Ambrose inclinou um cardápio para o pai de Kelly. — Este prato de frutos do mar é para dois, mas por você tudo bem se eu pedir isso, certo, Tom?
O pai de Kelly pigarreou. — Kelly é alérgica a frutos do mar.
— Está tudo bem, eu não estava planejando compartilhar de qualquer maneira — o idiota — Ambrose — disse com um sorriso fácil que iluminou todo o seu rosto, e realmente, não era justo que alguém que era um idiota tão colossal pudesse ser tão atraente. Mas claro, era assim que o mundo funcionava, certo? Pessoas bonitas escapam impunes de um assassinato.
Liam virou-se para o homem mais velho. — E o resto de suas bebidas, senhor? — ele perguntou, tendo uma satisfação mesquinha com a forma como Ambrose bufou e murmurou.
— Um gim-tônica para mim e uma taça de Connelly Cellars’ Perfect Pinot — disse Tom, e Liam reprimiu o desejo de se envaidecer, como fazia toda vez que alguém pedia um dos vinhos de sua família.
— Uma água tônica para mim — disse Kelly.
Liam piscou. Uau, o que aconteceu com a garota que sempre alegou que nunca bebia água porque os peixes fodiam nela?
Algo estranho estava acontecendo, e o que quer que fosse, Liam não gostou. Ele não gostou especialmente do que estava acontecendo aqui no Bayside. As pessoas não entravam no Bayside usando bonés virados para trás e sendo imbecis. O Bayside tinha padrões — padrões que Liam estava começando a temer que ele pudesse ter que tentar impor. Tinha vista para o mar! Você podia ver a Sydney Harbour Bridget das amplas janelas da sala de jantar! Era chique e moderno, e sempre fazia parte da lista dos dez melhores lugares para comer em Sydney. Os frequentadores não deveriam usar flanela para ir ao Bayside, e Liam entrou em pânico por não saber se o código de vestimenta era realmente aplicável ou não. Liam estava trabalhando aqui há apenas oito meses, mas isso nunca tinha acontecido. As pessoas geralmente tratavam o Bayside como se fosse uma ocasião especial, e não às três da manhã no balcão do Macca's.
— Boa escolha, bebê. Você sabe que é uma bêbada desleixada — disse Ambrose, inclinando-se e dando tapinhas no rosto de Kelly. Então ele se levantou da cadeira, coçou a barriga e peidou. — Tenho que ir dar uma cagada. Eu sempre cago quando estou fora. Faça outra pessoa lidar com isso, não estou certo? — E com isso, Ambrose caminhou em direção aos banheiros, deixando os pais de Kelly olhando para ele de boca aberta.
Liam não conseguir se conter. — Kelly…
— Oi, Liam, acho que você já conheceu meu novo namorado! — Kelly cortou, e em seguida deu uma risada tilintante que foi um pouco alta devido ao nervosismo. — Ele é um homem de negócios.
Liam abriu a boca para perguntar o que aconteceu com Greg, o baixista, mas Kelly lhe deu um olhar que dizia que iria caçá-lo e pessoalmente colocar fogo em seu pau se ele dissesse outra palavra. Liam conhecia aquele olhar, então calou a boca, foi buscar as bebidas e rezou para não ser ele o responsável por limpar os banheiros no final da noite. Francamente, ele não teria ficado surpreso ao saber que Ambrose tinha acabado de decidir por cagar no chão e roubar todo o papel.
Quando Ambrose finalmente voltou, ele não foi direto para sua própria mesa. Em vez disso, ele se aproximou de outra mesa onde um grupo de jovens elegantes e cintilantes que provavelmente eram influenciadoras no Instagram ou algo assim estava comendo.
— Olá, senhoras — disse ele. Ele colocou as duas mãos na mesa e se inclinou para frente. — Meu nome é Ambrose.
— Ele está…? — A boca da mãe de Kelly ficou aberta. — Oh meu Deus.
— Ambrose é muito sociável — disse Kelly. — As pessoas o amam.
Uma veia latejante na têmpora de seu pai a chamou de mentirosa.
Liam viu como Tom começou a estrangular seu guardanapo de linho e correu para a mesa das influenciadoras. — Desculpe, senhor — ele disse a Ambrose. — Você pode, por favor, voltar para sua própria mesa?
Ambrose mostrou a ele armas de dedo e voltou para se juntar a Kelly e seus pais.
Mas que porra? E Liam obviamente não era o único pensando isso. A mãe de Kelly parecia à beira das lágrimas, e seu pai parecia a meio segundo de um derrame, ou de um homicídio. No caso de ele realmente matar Ambrose, Liam decidiu dizer à polícia que era justificado. Inferno, neste momento ele provavelmente daria ao cara um álibi. E a arma do crime. E um balde de água sanitária para limpar a cena do crime.
No entanto, Kelly apenas sorriu para Ambrose como se estivesse sob algum tipo de feitiço. — Senti sua falta, amor. — Ela soprou-lhe um beijo.
Ambrose deu de ombros. — Já pedimos? Estou faminto. O serviço aqui é tããão lento — ele disse em voz alta, esticando os braços sobre a cabeça e atraindo olhares das outras mesas. — Provavelmente não conseguiram uma equipe decente.
Liam estava fervendo e se perguntou se ele e Tom poderiam chegar a algum tipo de acordo sobre álibis mútuos e a eliminação do corpo. A câmara fria nos fundos seria um bom lugar para guardar um cadáver enquanto eles pensavam no próximo passo.
Liam mencionou rigidamente os pratos especiais, que ninguém nunca pedia de qualquer maneira, depois pegou os cardápios de volta e pediu licença. Ele só tinha dado alguns passos para longe da mesa quando o clique desagradável dos dedos de alguém chamou sua atenção.
— Garçon!
Ambrose. É claro.
Sarah Honey
Sarah started life in New Zealand. She came to Australia for a working holiday, loved it, and never left. She lives in Western Australia with her partner, two cats, two dogs and a life-size replica TARDIS.
She spends half her time at a day job and the rest of her time reading and writing about clueless men falling in love.
Her proudest achievements include having adult kids who will still be seen with her in public, the ability to make a decent sourdough loaf, and knowing all the words to Bohemian Rhapsody.
Horribly Harry will be her sixth published novel in collaboration with Lisa Henry.
Her novel Socially Orcward was the Rainbow Awards 2021 Runner Up for best Asexual Book.
Lisa Henry
Lisa likes to tell stories, mostly with hot guys and happily ever afters.
Lisa lives in tropical North Queensland, Australia. She doesn’t know why, because she hates the heat, but she suspects she’s too lazy to move. She spends half her time slaving away as a government minion, and the other half plotting her escape.
She attended university at sixteen, not because she was a child prodigy or anything, but because of a mix-up between international school systems early in life. She studied History and English, neither of them very thoroughly.
Lisa has been published since 2012, and was a LAMBDA finalist for her quirky, awkward coming-of-age romance Adulting 101, and a Rainbow Awards finalist for 2019’s Anhaga.
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