Algumas coisas na vida podem até fazer valer a pena desistir de alho.
Foi uma simples curiosidade que levou Augustin ao site de namoro de vampiros — ele achou que devia ser uma piada contada por um monte de esquisitos. E bem, ele estava certo — mas acontece que aqueles esquisitos eram realmente vampiros, e quando um aparece na casa dele, o mundo de Augustin é virado de cabeça para baixo.
Primeiro ele tem que lidar com um vampiro psicótico. E então, tem um que é muito mais divertido de encontrar.
Mas agora que Augustin sabe que os vampiros existem, ele não pode ser deixado vivo. Ou pode? Quando uma alternativa é oferecida, Augustin também não se importa com isso. Afinal, ele não quer ser levado para algum covil repugnante de vampiro.
Tony é o próximo vampiro na fila para liderar o clã. Ele quer ser um homem justo, e isso significa argumentar contra matar Augustin. Se ele também está atraído pelo homem sarcástico e adorável, onde está o problema nisso?
A atração entre Augustin e Tony é inegável, mas negar é o que ambos tentam fazer. Alguém vai ter que ceder.
General Release Date: 1st November 2021
Augustin Carmichael sentou-se à mesa do seu computador. Ele colocou seu prato, cheio com espaguete e queijo, bem na frente dele. Ele voltou para a cozinha e pegou as fatias grossas de pão de alho e um copo de vinho tinto. O vinho era uma adição mais recente na hora da sua refeição. Augustin não gostava realmente disso, mas ele continuava lendo sobre como era saudável para o coração e tudo mais. Já que seu pai morreu aos quarenta e três anos de um grande ataque cardíaco, Augustin estava disposto a tentar qualquer coisa para evitar o mesmo destino.
Isso significava reduzir as massas, açúcar e carboidratos e — bem, muitas das coisas boas da vida, mas novamente, ele não teria uma vida por muito mais tempo se não tivesse cuidado. Aos trinta e cinco, ele sentia como se tivesse uma bomba relógio em seu peito em vez de um coração.
Seu médico também o repreendeu por isso. Augustin estava acima do peso, e seu colesterol estava alto. Sua pressão arterial era inaceitável. Era uma merda assustadora, então ele estava fazendo mudanças.
Mas ele não ia desistir da massa completamente, e o alho era saudável até onde ele sabia. O marinara era caseiro e não tinha açúcar, então isso tinha que contar como uma coisa boa para comer.
Augustin se sentou à mesa quando tinha tudo pronto. Ele tinha feito seu treino de uma hora diária naquela manhã. Não havia necessidade de se sentir culpado enquanto ele enrolava a massa ao redor do garfo.
Ele também não ia se sufocar nessa culpa desnecessária e desperdiçar uma refeição maravilhosa. O molho atingiu sua língua e o sabor forte do alho dominou os tomates e as cebolas. Estava perfeito! Augustin gemeu alegremente e prometeu a si mesmo outra recompensa saborosa em uma semana.
Depois que ele tinha comido mais algumas garfadas, se forçando a fazer isso lentamente, quando ele na verdade, teria mastigado e engolido a comida uma mordida depois da outra, Augustin abriu seu navegador. Surfar na rede era tão viciante quanto a comida, então ele tentou monitorar isso também.
O site de notícias que ele tinha como sua página inicial apareceu. Augustin leu algumas manchetes e murmurou para si mesmo. Ele ia parar de ler as notícias, droga. Era tudo ruim, e quem precisava desse tipo de desânimo?
No entanto, sob as ‘Notícias Estranhas’, ele encontrou alguns artigos divertidos. Quando ele tinha lido a maioria delas, estava mastigando o último pedaço de pão de alho. Ele tomou um gole do vinho e lutou contra engasgos. Talvez ele se acostumasse a beber essa coisa quente, mas ele realmente, realmente queria colocar um pouco de gelo e sprite para tornar a bebida palatável.
Obviamente, ele nunca seria um especialista de vinhos. Ele bufou. — Bem, tanto faz. Pelo menos eu talvez não vá cair morto a qualquer momento.
Ele engoliu o último gole do líquido, em seguida, abaixou a taça de vinho. Um artigo que ele não tinha visto chamou sua atenção e ele deu uma risadinha. — Sério? — Augustin clicou no link. A página carregou e ele riu. — Um site de namoro para vampiros? O que diabos há de errado com as pessoas…?
Ele deu outra risadinha quando leu o gancho, enquanto pensava nisso. — Solteiros sugadores de sangue, hein? Soa perigoso para mim. — Ele ficou irritado quando só viu fotos de mulheres na página principal. — E os caras? Ou os gays? Vocês estão nos excluindo?
Mas bem, talvez os gays tivessem mais bom senso. Augustin pensou em seus amigos Tommy e Georgie. — Certo, talvez não. — O resto de seus amigos, seja qual for sua sexualidade, definitivamente não olhava esse tipo de site.
Augustin moveu o cursor sobre o botão ‘Inscreva-se’. Seria uma grande pegadinha inscrever Tommy e Georgie. Não, isso seria escroto, e ele estava tentando reduzir o número de brincadeiras que ele fazia.
Todas as fotos de perfil em destaque eram de mulheres. Augustin franziu os lábios. — Vocês ao menos fazem vampiros gays? — Ele gemeu. Não só ele estava falando consigo mesmo, ele estava falando como se vampiros fossem reais.
Ele clicou no botão ‘Inscreva-se’ apenas por curiosidade. Eles nem mesmo pediram muitas informações. Isso era tudo o que precisava em um perfil? E quanto às zilhões de perguntas que os sites de namoro reais tinham?
— As pessoas realmente são enganadas por essa merda? — Ele abriu uma segunda página e foi para um site que criava endereços de e-mail temporários. Eles só funcionavam por dez minutos, então ele tinha que se apressar.
Foi curiosidade que o fez preencher o formulário do perfil. Também foi o tédio. Principalmente tédio. Ele não tinha ideia do que faria, ou se ele usaria a conta para qualquer coisa além de em um site de encontros para comparação. Ele pretendia se inscrever em GayLove4You.com, já que sua vida amorosa tinha sido abismal por — bem, ele não ia contar os meses. Pelo menos ainda não eram anos.
E ele poderia escrever sobre toda a comparação em seu blog. Talvez ele ganhasse mais alguns seguidores, então ele teria uma boa meia dúzia. Aparentemente ele não era tão interessante.
— Se eu fosse, eu não estaria solteiro, dã.
Até agora, o site não pediu muito, apenas um nome de usuário, e-mail, o gênero dele e que gênero ele estava procurando, aniversário, senha… Ele apertou ‘Enter’. Depois de alguns segundos, ele recebeu uma mensagem de erro. — O que você quer dizer com algo está errado? Eu preenchi isso direito, idiotas.
Ele fez de novo e recebeu uma mensagem de que o site estava sem vagas. Confuso, Augustin se recostou e franziu a testa. — Você tem que estar brincando comigo! — Paranoia arrepiou sua pele. — É porque eu disse que era homem procurando homem?
Ele se inclinou novamente sobre o teclado, digitando suas informações novamente, mas alterando sua busca de homem para mulher.
Outra mensagem de erro surgiu, mas ele descobriu que seu endereço de e-mail de dez minutos havia expirado. — Merda. — Ele criou outro e fez outro perfil. Também recebeu uma mensagem de erro. — Bem, pelo menos eu sei que vocês não são fanáticos, mas vamos lá. Não pode haver tantas pessoas assim aí!
Ele poderia ser um pouco obsessivo. Augustin sabia disso sobre si mesmo. Depois de uma hora de criação de contas de e-mail falsas e tentando se inscrever no site de namoro de vampiros, ele começou a questionar sua própria sanidade. Por que ele estava se incomodando com isso? Ele com certeza não queria namorar qualquer um de um site assim.
Finalmente Augustin desistiu e fechou a página. Ele estava deixando a si mesmo estressado por causa de um site estúpido no qual ele não estava interessado, tudo porque ele era um bastardo tão teimoso, entediado e intrometido.
Amanhã ele faria uma conta real em GayLove4You.com. Ele continuou perdendo tempo um pouco mais, descobrindo que na verdade, havia mais do que um site de namoro de vampiros. Ele ficou tentado a pesquisar no Google por um de lobisomens, mas decidiu que fazer isso era patético demais até mesmo para sua bunda entediada.
Augustin não encontrou mais nada para fazer. Ele eventualmente desligou o computador e se levantou. Depois de um longo alongamento cheio de estalos nos ossos, ele cuidou dos pratos sujos. Quando ele olhou para fora pela janela da cozinha que estava acima da pia, ele achou que tinha visto movimento no quintal.
— Não vá lá fora — ele murmurou para si mesmo. — Todo inútil em todo filme de terror sai, vai para cima ou para baixo ou onde quer que o bicho-papão esteja. Eu não vou levar uma machadada na cabeça.
Ele se contentou em estreitar os olhos e tentar ver o que era que ele achava que tinha visto em primeiro lugar. Quando nada mais se moveu, ele deixou para lá, atribuindo à sua própria cabeça brincando com ele, e quando ele foi para a cama, ele se esqueceu disso.